Num. 5, Vol. 2 (2017)
ISSN:2616-4574
HANSENÍASE: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E DESIGUALDADES SOCIAIS NO BRASIL
José Irismar de Oliveira CorrêaResumen
Em 2017, a hanseníase ainda representa um significativo desafio de saúde pública no Brasil, apesar dos avanços terapêuticos e da existência de um programa nacional dedicado ao seu controle. Embora a prevalência tenha diminuído ao longo das décadas, a transmissão persiste em determinadas regiões, sobretudo naquelas marcadas por condições socioeconômicas desfavoráveis, carência de infraestrutura básica e acesso limitado aos serviços de saúde. Esse panorama evidencia a relação direta entre hanseníase e desigualdades sociais, reforçando o papel dos determinantes sociais da saúde na manutenção da doença. As elevadas taxas de detecção em áreas vulneráveis refletem não apenas fatores biológicos, mas também barreiras geográficas, culturais e econômicas. O estigma associado à hanseníase, a falta de informação, o medo e a discriminação dificultam o diagnóstico precoce e a adesão ao tratamento, prolongando a cadeia de transmissão. Além disso, a escassez de profissionais capacitados, a rotatividade de equipes e a insuficiência de recursos em algumas localidades comprometem a efetividade das estratégias de controle. Diante desses desafios, o enfrentamento da hanseníase exige uma abordagem intersetorial, integrando saúde, educação, saneamento, habitação e proteção social, a fim de criar ambientes mais saudáveis. A melhoria da vigilância epidemiológica, o fortalecimento da atenção primária, a educação em saúde e a participação comunitária tornam-se cruciais para quebrar o ciclo de vulnerabilidade. Assim, as políticas públicas devem direcionar-se não apenas à doença em si, mas também às condições estruturais que sustentam as desigualdades, contribuindo para a redução da transmissão, do estigma e das iniquidades em saúde. Palavras-chave: Hanseníase; Desigualdades sociais; Epidemiologia; Saúde pública. |
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