A Primeira Conferência Internacional de Assistência Primária à Saúde, organizada pela OMS, em 1978, culminou com a Carta de Alma- Ata, que redefiniu a importância de fatores como as desigualdades sociais, a participação da população, as condições materiais e a atuação dos sistemas de saúde para a conquista de melhores condições de vida. No Brasil, a Constituição de 1988 afirma: “saúde é direito de todos e dever do Estado” e, portanto, deve ser garantido um sistema de saúde baseado em políticas públicas integradas de diversos setores para a redução dos riscos e agravos à saúde. Com isso, esse estudo tem como objetivo analisar as ações de educação em saúde desenvolvidas pela vigilância sanitária na construção da promoção da saúde em Mossoró/RN, bem como caracterizar a estrutura organizacional da vigilância sanitária; identificar a percepção dos fiscais de VISA acerca de seu papel no desenvolvimento de ações de educação e promoção da saúde; perceber as estratégias utilizadas para o desenvolvimento das ações de Educação em Saúde dos fiscais da VISA de Mossoró/RN; apresentar as ações de Educação em Saúde desenvolvidas pela vigilância sanitária. Para tanto, utilizamos como metodologia para obtenção dos objetivos propostos um estudo de natureza qualitativa, de cunho exploratório, com a vigilância sanitária da cidade de Mossoró/RN. Ressaltamos que a pesquisa tem relevância quando percebemos a necessidade do conhecimento das práticas empregadas de educação em saúde no setor de vigilância sanitária da cidade de Mossoró/RN. Entendemos que a promoção da Saúde é um processo de responsabilidade, individual e coletiva, de construção social contínua, intrínseca das visões culturais, políticas, econômicas, das subjetividades dos sujeitos e de seus grupos sociais. Existe muita diferença entre a teoria e a prática da Promoção da Saúde, regida pela Política Nacional de Promoção da Saúde, pois até hoje ocorre de forma muito arraigada a atuação de gestões sob forte influência do modelo capitalista, onde as ações são hierarquizadas e verticalizadas, inexistindo a prática da participação social, da construção de novos saberes e fazeres coletivos, dos diálogos, impossibilitando a autonomia dos cidadãos. Ao final desse estudo, percebemos dificuldades que levam ao não cumprimento de todas as ações dentro da vigilância sanitária na cidade de Mossoró, que vão desde problemas de infraestrutura até de pessoal, pois, apesar da articulação das ações por parte dos setores, os entraves nas práxis trazem alguns percalços na promoção da saúde.

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